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Seminário discute sobre o consumo de drogas   

João Maria Mendonça fala sobre o perfil do usuário de drogas.

Duzentos mil motoristas dirigem alcoolizados diariamente no país e o álcool é a terceira causa de afastamento no trabalho e oitava para pagamento de auxílio doença, segundo o Ministério da Saúde. Do PIB (Produto Interno Bruto) total anual do país, 7,5% é destinado à problemática das drogas ? o equivalente a 29 bilhões de dólares ? sendo 5,4% do PIB exclusivamente com o álcool. 

Essas são apenas algumas das estatísticas preocupantes sobre o consumo de álcool no país, apresentadas pelo presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes na II Semana Estadual de Políticas sobre Drogas, João Maria Mendonça. "O álcool é uma droga lícita até certo ponto, porque possui restrições em relação ao consumo e venda para menores de 18 anos e pessoas com problemas mentais, por exemplo,", declara. 

Quanto à realidade do estado, ele cita dados não menos assustadores. No último levantamento, realizado em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, que pesquisou 1.663 alunos de 12 anos ou mais em Natal, 40% dos pesquisados usou álcool pelo menos uma vez na vida. Além disso, 16,5% deles usou alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida. 

O presidente do Conselho Antidrogas no Rio Grande do Sul, Edson Rangel, que esteve ontem no evento, alerta para o perigo do crescente consumo de crack, que segundo ele "já é considerado uma epidemia nacional". Além disso, ele explica que a corrupção é um ponto relevante para a manutenção da rede de compra e venda de drogas. "Há várias formas de conseguir burlar a fiscalização, por exemplo, as bagagens de diplomatas não são vistoriadas". 

Para orientar e informar sobre prevenção do uso de drogas gratuito, o estado criou o atendimento Viva Voz, que depois foi estendido em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) e Universidade Federal de Ciência da Saúde da Porto Alegre para a população de todo o país. O telefone gratuito do serviço é o 0800 510 0015. 

Nesse contexto, João Maria conversou com a reportagem da Tribuna do Norte, sobre o que pode ser feito para combater o problema no país. 

Entrevista 

João Maria Mendonça - Presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes 

Qual o perfil do usuário de drogas hoje no país? 

João Maria Mendonça Não há mais um perfil definido, há uso de drogas em todas as classes sociais, independente da cor, raça ou religião, a diferença são os motivos que levam a prová-la. É inegável que as drogas são uma fonte de prazer para o cérebro. 

E que razões são essas? 

A droga é usada para preencher algo que está faltando, e há situações em que às vezes uma boa conversa com um amigo pode resolver o problema. Mas também pode ser usada por modismo, conseqüência de desagregação familiar e pressão do grupo. Nesse último caso, o melhor é procurar outro grupo social, uso o trocadilho "quem bebe social, mente". 

Com tantas propagandas que estimulam o uso de álcool o que é possível fazer para combater o problema? 

Costumo dizer que o bom exemplo da família não é o melhor, mas sim a única saída. A prevenção começa pela família, que muitas vezes é a própria incentivadora do hábito. Isso é comprovado quando um pai mergulha a chupeta do filho em um copo de bebida, ou pede para ele comprar cigarro. Estudos mostram que 28% dos adolescentes tiveram primeiro contato com as drogas pela família. E obviamente a escola e a própria sociedade têm papel fundamental na continuidade disso, porque acima de tudo esse é um problema cultural. As pessoas não agem de forma pró-ativa, esperam uma medida imposta "de cima" para baixo, mas todos devem participar. 

Que alternativas existem para os pais que querem ajudar o filho envolvido com drogas? 

No estado posso citar a UTAD (Unidade de Tratamento de Álcool e outras drogas) no Hospital Universitário Onofre Lopes, Capes AD (Centros de Atendimento Psicossocial) do município, APTADS e Comunidades Terapêuticas, que são gratuitas. Há ainda as iniciativas filantrópicas que sobrevivem por meio de doação, como a Fazenda Esperança em Serra do Mel, Nova Aliança em Pium, Desafio Jovem em Parnamirim, Caed em Macaíba e Betel em Mossoró. Os endereços e telefones desses locais estão disponíveis pelo telefone do Conselho, 3232 7889. 
Autor: Wallace Araújo
OBID Fonte: Tribuna do Norte - RN